Jornal Edição do Brasil 12 de junho de 2020 Destaques, Saúde e vida0
E m meados de fevereiro, quando o coronavírus
começou a ganhar força e a romper as barreiras da China, o governo da Índia
passou a sugerir a homeopatia, tratamento baseado em uma medicina alternativa e
complementar para quase todos os tipos de doenças físicas e psicológicas, como
forma de combate à COVID-19.
A princípio a ideia pareceu não ser aceita ao redor
do mundo, porém, após alguns meses, a homeopatia passou a ser difundida como
possível tratamento complementar contra a patologia que já infectou mais de 700
mil pessoas só no Brasil.
O Conselho Nacional de Saúde (CSN), instância
deliberativa do Sistema Único de Saúde (SUS) e integrante do Ministério da
Saúde, chegou a publicar um documento recomendando que os órgãos de saúde de
todo o país utilizem as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics)
como auxílio contra a COVID-19. Práticas como a própria homeopatia e também o
reiki, florais, acupuntura, etc podem ser utilizadas como complemento aos
recursos terapêuticos
Em Belo Horizonte, profissionais da saúde,
juntamente com o Conselho Municipal de Saúde, passaram a discutir sobre o uso
da homeopatia no enfrentamento da pandemia. Ao debaterem o tema, a categoria
relembrou a eficiência da medicina alternativa em outras epidemias e decidiu
por apresentar planos de contenção que a inclua. Foi defendida ainda que a
homeopatia possa atuar como um complemento as atuais ações já estabelecidas
pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O médico especialista em homeopatia e acupuntura
Roberto Debski lembra quando a medicina alternativa foi utilizada em outras
epidemias. “Samuel Hahnemann, o médico criador da terapêutica homeopática
utilizou o medicamento Belladonna na prevenção e tratamento da epidemia de
escarlatina no ano de 1799. Resultado semelhante foi obtido por outros médicos
em novo surto da doença na década de 1820. Nas proliferações de cólera
asiática, difteria, gripe espanhola e até dengue, aqui no Brasil, ela obteve
resultados positivos”.
Ele acrescenta que a homeopatia praticada por um
médico especialista é plenamente segura e efetiva em doenças agudas e crônicas,
tanto para crianças, quanto para adultos. “É um tratamento que leva em conta o
paciente como um todo, ou seja, corpo, emocional e comportamento, além de não
ter efeitos colaterais. Há um acompanhamento do processo de doença e também de
prevenção e qualidade de vida”.
O especialista afirma que a técnica causa
resultados rápidos e efetivos. “Trazendo a cura e o alívio de sintomas de
maneira pronta e segura. É uma opção saudável e que não exclui a utilização da
medicina convencional. Vale ressaltar que é o médico homeopata que fará a
avaliação da necessidade de medicamentos comuns associados ao método
complementar”.
Contra a COVID
Debski esclarece que a homeopatia vem para somar
outras técnicas já utilizadas na prevenção e cura da COVID-19. “As epidemias
podem ser causadas por um mesmo agente etiológico, em diferentes épocas, porém,
pela abordagem da homeopatia, os medicamentos tem especificidade própria de
acordo com os sintomas presentes, que costumam ser diferentes não somente pelo
agente causador”.
Dessa forma, cada epidemia deve ser avaliada no
momento atual. “O objetivo é buscar identificar os sinais chamados
‘patognomônicos’, sintomas gerais, particulares, mentais e também os raros,
próprios de cada indivíduo. Por meio dessa análise, chegaremos a cerca de seis
medicamentos do ‘gênio epidêmico’, ou seja, os que abarcarão, em sua maioria,
os sintomas da epidemia atual e serão utilizados nas diversas fases, desde a
prevenção até os indícios graves e de forma individualizada”
No Brasil, foi criada uma comissão científica da
Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), chamada COVID-19 AMHB, para
propor protocolos e estudo dos sintomas do “gênio epidêmico” da doença. “Essa
comissão passou a solicitar a médicos homeopatas do país inteiro, através de
boletins e mensagens enviados pela AMHB em mídias sociais, que encaminhassem
relatos de casos de pacientes brasileiros portadores da COVID-19
laboratorialmente confirmados”.
Com isso, centenas de profissionais se
voluntariaram para iniciar o atendimento por meio de uma plataforma digital
desenvolvida pela AMHB. “Essa é uma iniciativa inovadora na homeopatia nacional
e mundial e vai ajudar muitas pessoas no enfrentamento da pandemia”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário