As personalidades homeopáticas fornecem a forma básica para que o homeopata em conjunto com o paciente, venha a delinear a pintura inicial do tratamento. Se ao notar alguma irritabilidade a mais, um desconforto com o meio em que vive, uma reação acima do que deveria ser, se perceber situações cotidianas que se repetem sem com que você tenha forças para mudá-las, se sente mais frio ou mais calor que os outros, se sente repulsa ou aversão a algum alimento específico, esse já é um bom motivo para procurar um homeopata. Esses sintomas significam que alguma coisa dentro de nós não está indo muito bem e que em algum momento pode alterar nosso estado de saúde física. A Homeopatia cuida do equilíbrio corpo e mente juntos. O desequilíbrio da energia vital ou da força interna, com queiram chamar, tende a se aprofundar no organismo, se transformando em doença – fisicamente é assim que o desequilíbrio se manifesta.
Nós os seres humanos nunca adoecemos num determinado
órgão do nosso corpo apenas, não existem áreas isoladas. Não se separa o corpo
da mente. Qualquer sintoma, por mais simples que se apresente, significa um
desequilíbrio para todo o nosso organismo. As pessoas podem mudar, os
desequilíbrios também. Quando de uma consulta perguntamos: “DO QUE TEM MEDO?”
Algumas vezes são respostas vagas, outras enormes e detalhadas, diversas são
precisas e tem sempre alguém que rapidamente diz: “NÃO TENHO MEDO DE NADA”. Para
cada uma dessas respostas, existe uma pintura, um quadro, uma matéria médica,
um ponto que torna o indivíduo único. Até a não NÃO existência de algo é um
sinal.
Samuel Hahnemann em sua doutrina homeopática afirmou não
haver doenças e sim doentes. Isso possibilita que dois indivíduos os mais com o
mesmo diagnóstico de doença, recebam medicamentos homeopáticos diferentes,
devido a suas personalidades homeopáticas.
Aí você me pergunta: E se por ventura duas pessoas
receberem o mesmo medicamento para o mesmo diagnóstico de doença? Isso
significa que elas tem a mesma personalidade?
NÃO. Isso significa que por alguma razão, existe uma
conjunção de fatores que se assemelha muito. Pessoas que sofreram abusos
físicos e sexuais, remanescentes de acidentes e guerras, histórias de separação
familiar bastante parecida, indivíduos que possuam quadro clínico epidêmico e
assim por diante. Mesmo assim a reação dificilmente será igual, a resistência
física e a capacidade emocional de reação sempre são diferentes, o que muda a
dosagem da medicação, a hora de aplicação, enfim, a posologia em geral.
Resumindo, não existe receita de bolo.
Desequilíbrios ou doenças diferentes poderão ter como
base a administração de medicações iguais e promoverem a cura da mesma forma.
O mais belo da Personalidade homeopática é que sua
análise, pesquisa e observação, distribuem a responsabilidade de cura de uma
forma conjunta. O paciente acaba por procurar um aprimoramento maior da sua
auto-observação e o homeopata desenvolve a capacidade de compreender e observar
de forma minuciosa todas as cores dessa pintura.
Resumindo: A consulta homeopática é um quadro pintado a
dois e as Personalidades Homeopáticas são a palheta de tinta que irá
possibilitar a escolha de várias nuances. E essa pintura, esse quadro é único.
É claro que existem hoje, basicamente três realidades
dignas de distinção:
A primeira delas é a realidade epidêmica ou de surto. Ex:
a dengue, cólera. A medicação deve e pode ser distribuída a todos de forma
igualitária. Não a tempo de individualizar.
Outra realidade é a do paciente que conhece a Homeopatia
e seu tratamento único, sua pintura e chega a usar homeopatias diferenciadas,
baseadas apenas em sintomas emergenciais.
A terceira é banalizar a Homeopatia como Composto
Homeopático e pronto. Remédio de balcão. Isso pode até apresentar um ponto
positivo à primeira vista, já que se excluem medicamentos pesados e cheios de
reações adversas, entretanto esse procedimento sendo efetuado de forma única
pode camuflar sintomas sérios de desequilíbrios severos e apenas fazer com que
a doença física ou mental cresça de forma camuflada. AUTO MEDICAÇÃO SEMPRE É UM
RISCO.
Um ponto grave da desinformação é de que em face a um
acidente de carro por exemplo, ou um diagnóstico de câncer, uma gastrite,
enfim, a Homeopatia ou a Fitoterapia ou mesmo a Naturopatia deva ser abandonada
em detrimento exclusivo de um tratamento ortodoxo. Mais uma vez fica o alerta.
Somos únicos, mais não somos feitos somente de um tipo de barro. Melhorar,
observar e mudar os nossos hábitos ruins é um grande avanço e o segredo tão
claro para vivermos melhor com o que somos, quem somos e o que queremos.
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