Nele Hahnemann apresentou sua linha de pensamento que inclui os princípios da experimentação dos medicamentos homeopáticos em humanos, o vitalismo e conceito de semelhança. Pelo vitalismo entende-se que cada indivíduo é regido por um princípio vital único. "É a energia de cada um, o que faz a pessoa viver", diz a homeopata e professora do Departamento de Medicina da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Regina Moura.
O conceito de semelhança, por sua vez, remete aos pensamentos de Hipócrates (460-370 a.C.), considerado o pai da Medicina. Segundo ele, a mesma substância capaz de causar certo sintoma ou efeito é também capaz de curá-lo. Ou seja, uma substância que em uma pessoa saudável cause algum tipo de sintoma é capaz de fazê-lo desaparecer em outra pessoa cuja queixa seja este sintoma.
Nenhum destes princípios, no entanto, é aceito sem questionamento por médicos alopatas ou pesquisadores céticos de outras áreas.
O conceito "alopatia", aliás, tão difundido, surgiu a partir da homeopatia, que se utilizou do termo para designar todo tratamento que não utiliza o princípio de semelhança.
A primeira diferença desta terapêutica para a medicina tradicional começa durante a consulta. Uma consulta homeopática nunca dura menos de 40 minutos. A grande questão é como a Homeopatia vê o adoecimento e a pessoa. Quando se chega a um clínico tradicional com uma queixa de dor de cabeça, ele na maioria das vezes vai dar um remédio que deve ser o mesmo usado pela maior parte dos pacientes com o mesmo sintoma. Já o homeopata vai querer saber onde exatamente dói, como é a dor e se há outros sinais, respeitando o ser humano em sua individualidade.
O surgimento desta terapêutica foi decorrência do panorama da época. Segundo Flávio Dantas, professor de Homeopatia do curso de Medicina da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e professor de Clínica Médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no século XVIII, o pensamento médico estava dividido na corrente dos materialistas (mecanicistas) e dos vitalistas. Os primeiros enxergavam o corpo humano como uma máquina com engrenagens, e o foco estava voltado para a anatomia, fisiologia e bioquímica. Já os vitalistas viam a doença como um desequilíbrio da energia vital do ser.
Na época, a Medicina utilizava muito medidas como sangrias e purgativos na intenção de "limpar" o organismo, crendo que desta forma se eliminariam as doenças. Foi neste contexto que surgiu a Homeopatia, apresentando uma proposta de reequilíbrio do corpo e cujo medicamento deve ser receitado de forma individualizada.
Em terras brasileiras
No Brasil, a Homeopatia chegou na década de 40 do século XIX, trazida por um discípulo de Hahnemann e desde então só tem crescido. Hoje são mais de 15.000 médicos já registrados exercendo a especialidade. Ao contrário de outros países, como Inglaterra e Estados Unidos, a Homeopatia foi inserida no hall de especialidades médicas no Brasil em 1980, pelo Conselho Federal de Medicina. É também reconhecida pelos conselhos de Medicina Veterinária e Farmácia. Já existe o reconhecimento como especialidade junto ao Conselho Federal de Odontologia.
Enquanto o reconhecimento é comemorado por uns mas não faltam vozes contrárias,mas é assim mesmo.
O ensino de Homeopatia, embora ainda encontre resistência dentro das universidades, tem crescido. As federais de Pernambuco, São Paulo e a USP oferecem disciplinas sobre esta terapêutica. Na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) ela já é uma opção de Residência médica.
Na Unicamp após o Congresso sobre Homeopatia em 2001 existe um Ambulatório desde essa época que atende a população em geral .