A tecnologia
chamada “de ponta” ou “alta tecnologia” presta uma ajuda incalculável à
Medicina principalmente na elaboração de diagnósticos e no acompanhamento das
alterações que uma doença provoca.
Acontece
porem que após a elaboração do diagnóstico, principalmente no caso de doenças crônicas,
em geral fica uma insatisfação ou certa frustração por parte do paciente e
muitas vezes por parte do médico ao verificar que a doença tão bem diagnosticada,
não possui tratamento que cure ou possui um tratamento no qual se deve tomar a medicação
pelo resto da vida.
O paciente
costuma ouvir: ”_Esta doença não vai levar o senhor (a) à morte, mas deverá
tomar remédio até o final dos seus dias _” Dramatismos à parte, ninguém gosta
de ouvir esta sentença.
Pode
acontecer também que para determinada doença não seja necessário tomar a
medicação para sempre já que os sintomas desaparecem com o tratamento, mas
voltam para chatear os doentes meses (ou dias) após a administração da medicação.
Qual seria
então, o tipo de resposta à medicação que nos deixaria satisfeitos?
Esta questão
nos remete a outras questões sem dúvida mais profundas... O que esperamos de um
tratamento? O que significa para nós cura? O que significa para nós saúde?
Se nosso
conceito de saúde significa o silencio total de sintomas tal vez os tratamentos
atuais convencionais possam nos deixar satisfeitos. Porem, se o nosso conceito
de saúde envolve nosso ser como um todo, se aproxima então ao da Organização
Mundial da Saúde.
A definição de saúde da
OMS desde 1947 é: “saúde é o estado de mais completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de enfermidade”.
Nas últimas
décadas com o corre-corre diário pela sobrevivência, mudanças de valores onde o
conceito de tempo e dinheiro confunde-se, se perderam a relação com o próprio
corpo e o conceito de saúde e bem-estar acabou confundindo-se com o de não ter
sintomas ou com a capacidade de estar de pé trabalhando e produzindo (o que
para muitos já é bom demais).
E assim,
preocupados com o “fazer” e com o “ter” acabamos esquecendo a maravilhosa
capacidade (e obrigação) que temos de “ser”, sermos nós próprios, “ser” com os outros.
Quando
conseguimos dar uma pausa e entrar em contacto com nos mesmos é mais fácil
escutar o nosso corpo, identificar as atribulações da nossa mente e ver o
caminhar das nossas emoções. A relação com nós próprios necessita de tempo e
ternura para com nós mesmos, só assim pode-se saber quem estamos sendo e como
estamos nos relacionando com o mundo que nos rodeia e perceber que parte do
nosso corpo não está funcionando como já funcionou em tempos de mais saúde.
Quem se
escuta percebe a necessidade de uma relação médico-paciente onde o professional
médico também escute, escute a história de vida e a historias das doenças.
de cada
paciente em particular, este médico também terá tempo para um exame físico completo.
Um médico
com o perfil citado acima dificilmente o paciente encontra numa seguradora onde
o médico deve ser rápido eficiente e barato.
Gastar numa
proposta de saúde responsável e justa tanto para o paciente como para o médico
acredito que seja o melhor investimento do nosso maior capital: a saúde.
Dra.
Graciela Alicia Martínez
Especialista
em Medicina Interna, Medicina Homeopática e Medicina Tradicional Chinesa.