20 de jan. de 2013

Bioética (1)

O ensino da bioética na graduação

O extraordinário desenvolvimento tecnológico ocorrido nos últimos 50 anos, em que a Medicina evoluiu mais do que nos 50 séculos precedentes, deu origem a vários questionamentos de ordem ética. Desde a segunda metade do século passado, tem sido crescente a percepção de que os médicos estão cada vez mais distantes de seus pacientes, priorizando, quando muito, o aspecto técnico da profissão. A Bioética surgiu com a finalidade de auxiliar a humanidade a atuar de forma equilibrada frente às transformações ambientais e comportamentais advindas da evolução tecnológica.
A partir daí, pareceu clara a necessidade de fomentar o ensino da Bioética nos cursos de graduação em Medicina. A promoção das competências moral e democrática são os objetivos de todo programa de ensino em Bioética. Mas, não basta formar apenas pessoas competentes moralmente e capazes de participar de deliberações democráticas. Os aspectos deontológicos da ética médica também precisam ser contemplados e esse aprendizado deve estar presente de forma transversal no currículo médico.
O recém-criado Centro de Bioética da EPM propôs alguns conteúdos éticos a serem discutidos. Na 1ª e 2ª séries: Humanidades na Medicina (História, Filosofia, Literatura e Artes exploradas por diversas metodologias na busca de aprimorar a formação humanística); 3ª e 4ª séries: Bioética (ética aplicada às discussões de conflitos morais em situações emergentes e persistentes na Saúde); e 5ª e 6ª séries: Bioética Clínica/Ética Médica (situações que tenham emergido das próprias atividades assistenciais dos estudantes no internato).
Se a Bioética for ministrada durante todo o curso, ficará clara a atenção especial que uma escola de Medicina dá à formação ético-moral e humanística. O envolvimento explícito das instâncias diretivas da escola poderá ser sentido no ambiente de ensino, favorecendo comportamentos moralmente desejáveis e, com isso, o bom uso dos progressos do conhecimento, o entendimento do dever de favorecer os seus efeitos benéficos e de limitar os seus efeitos maléficos.
Dr.Gaspar Lopes
Gaspar é conselheiro do Cremesp e coordenador do Centro de Bioética da Escola Paulista de Medicina (Unifesp)
Texto originalmente publicado na edição nº 299* do Jornal do Cremesp (dezembro 2012).


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