A medicina é uma só, temos de partir desta verdade.
A medicina convencional, comumente denominada alopática, é uma das alternativas
de tratamento. Provavelmente a mais utilizada, com certeza a mais onerosa e a
menos social.
Outra possibilidade para tratamento, modernamente
denominada de medicina complementar, é a medicina homeopática. São distintas e
contraditórias em vários aspectos: quanto a como tratar, o que tratar, os tipos
de medicamentos e principalmente com referência ao paciente, isto é, ao Sujeito
doente.
Entende-se que a homeopatia procura tratar o
sujeito doente de modo particular: individual, inteiro, uno. O fígado não
adoece sozinho, desequilibra o organismo como um todo. Este desconforto não
fica localizado somente neste órgão. A fratura óssea de um membro, por exemplo,
deverá ser reduzida e segundo uma visão mais humana e sem preconceitos precisa
também de um "apoio" mental.
Os princípios homeopáticos consideram o doente no
que ele apresenta de mais característico, ímpar, o que é propriamente dele, a
identidade do próprio ser, portanto, Do-ente.
A homeopatia, ao propor um método individualizante,
preocupa-se em identificar no Sujeito o seu modo, o seu íntimo, o
"seu-jeito" de adoecer. Identificar e caracterizar seus sintomas
peculiares e raros é sobremaneira um ato indispensável para o tratamento e a
cura.
Centenas de fármacos alopáticos estão disponíveis
no mercado em qualquer parte do planeta. Servem para 'mediar' uma indisposição,
um mal-estar indefinido na sua qualidade e origem. A massificação do tratamento
ou o imediatismo não resolutivo são métodos que não se identificam com os
princípios da homeopatia e, com certeza, nem com os anseios do Sujeito Doente.
As opiniões das correntes contrárias ao tratamento
homeopático se referem ao efeito placebo dos medicamentos homeopáticos.
Qual o prejuízo, qual o crime em ajudar o enfermo,
mesmo que junto ao medicamento homeopático possa aparecer o componente placebo
benéfico? Os medicamentos alopáticos comprovadamente também apresentam este
(par) efeito, e além do efeito placebo, sérios efeitos colaterais, reações
adversas e o que é mais grave, iatrogênicos.
Voltando então ao tratamento. Se você tiver a
possibilidade de escolher entre estes dois tipos medicamentos, qual você
escolheria?
a) Com vários efeitos colaterais, contraindicações
e reações adversas e em alguns efeitos iatrogênicos. Estas são as
características dos medicamentos alopáticos. São receitados independentemente
de sua individualidade, de suas reações próprias e particulares.
b) Sem contraindicações, isento de reações adversas
e efeitos colaterais que se surgirem são controláveis. Esta é uma das
características do tratamento homeopático, que será escolhido especificamente
para você, de acordo com a sua individualidade, seu jeito de ser, sua
personalidade.
Novamente a pergunta, você escolheria qual?
As influências anti-homeopatia e pró-alopatia são
das mais variadas espécies, por exemplo:
1) Não é economicamente vantajoso deixar de
comercializar um medicamento que apresenta vários efeitos colaterais e
sabidamente induz a tomar um outro medicamento, este mais outro, este outro
mais outro.
2) As propagandas, disseminadas pelos meios de comunicação
- revistas, jornais, TVs - de fármacos importantes aparecem juntamente com
roupas, relógios, celulares, viagens, automóveis, sapatos, inseticidas,
produtos de limpeza. Nestes mesmos meios de comunicação os remédios alopáticos
são receitados por leigos - artistas de TV e cinema, atletas/ jogadores de
futebol, entre outros.
3) Drogas alopáticas são vendidas
indiscriminadamente em locais impróprios, que por várias vezes você já
"recebeu de troco" na padaria, no armazém, no supermercado, na feira.
4) A medicina alopática define a homeopatia como
crendice, empirismo, superstição e charlatanismo, muito embora vários fármacos
alopáticos sejam resultado de pesquisa científica estatística e oficialmente
correta, provoquem iatrogenia ou ineficácia ou são sabidamente ineficazes.
5) A medicina científica tem fé na matéria como
mecanismo de ação, por este princípio preconiza que a homeopatia funciona por
matéria de fé.
Você tem todo o direito de escolher o que é melhor
para sua saúde. Não perca esta chance, do contrário passará a vida toda tomando
as drogas que seu organismo não aceita, não suporta, não precisa e, além do
mais, lhe causam prejuízo.
Você tem todo o direito de optar pelo mais
econômico, pelo mais saudável, pelo mais lógico, pelo mais humano.
Você tem todo o direito de ser saudável ou doente
do seu jeito!
No SUS, a implantação dos serviços com as Práticas
Complementares facilitariam a busca pela integralidade preconizada como
princípio na Lei 8080 e na Portaria 648, que introduz a Estratégia Saúde da
Família.
A abordagem e o tratamento homeopáticos sugerem uma
maior efetividade e, além de tratarem a queixa, incluem uma proposta de mudança
de vida, hábitos alimentares, posturais, respiratórios e redimensionamento
social. Como uma ciência que busca recuperar não só o sujeito daquela queixa
imediata, produz exatamente a cura dos hábitos que se refletiam como geradores
do dano à saúde, em busca do bem-estar fundamental para a qualidade de vida
prevista também nos princípios do SUS.
No entanto, percebemos uma dificuldade na adequação
dos serviços para esta ação, apesar do preconizado pela OMS 2 quanto à inclusão
das práticas nos Serviços Públicos.
Os Gestores desconhecem e/ou não desejam saber,
pois teriam que revolucionar seus serviços, além de outros recursos que
precisariam ser destinados para essa nova forma terapêutica.
Como no exemplo do tratamento do Tabagismo: o
tratamento protocolado pelo Ministério da Saúde é o uso de adesivos, gomas e
medicamentos, que já estavam determinados em contratos e compromissos firmados
com laboratórios particulares.
Justificam-se estes tratamentos por publicações
científicas baseadas em uma linha medicamentosa que, não raramente, gera outros
agravos por se tratarem de antidepressivos ou adesivo de nicotina.
Estes produtos chegam aos eventos antitabagistas
impressos em canetas, sacolas e pôsteres com a logomarca de laboratórios que
patrocinam instituições públicas compromissadas com o fim do tabagismo.
Enfrentamos grande dificuldade para realizar a
implantação das especialidades Homeopatia, Fitoterapia e Acupuntura nos NASF3.
Para agregar estas especialidades ao SUS promovemos abaixo-assinados em
diversas páginas virtuais (ECOMEDICINA, Ação pelo Semelhante, Homeojornal e
Medicinas Integrativas) além de diversas frentes de coletas de assinaturas
apoiando estas alternativas terapêuticas.
É difícil estabelecermos uma visão do novo em
sistemas comprometidos e reféns de interesses diversos que fogem da perspectiva
da melhor saúde livre do mercantilismo e outros ardis; Porém, é fácil
demonstrarmos com nossa experiência positiva o quanto se ganha com a melhora
combinada do estado de saúde clinico junto ao mental e social, com um
tratamento que inclui o indivíduo como sujeito agente da própria saúde.
Roni Quevedo e Marise Cardoso Lomba, médicos
homeopatas.
Fonte: www.ecomedicina.com.br