Dra.Graciela Alicia Martínez: Clínica Geral - Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Brasileira e Associação Médica Homeopática Brasileira. Rua Catharina Signori Vicentin, 637H- Cidade Universitária - Campinas - SP - Brasil Fone: 19-33657549 WhatsApp 19-989232686
26 de abr. de 2012
BEBIDAS ALCOÓLICAS
Álcool Etílico: Etanol
Fermentados (vinho, cerveja)
Destilados (pinga, uísque, vodca)
Aspectos históricos
Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de
álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo, portanto, um
costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção
de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros
exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção
do hábito de beber, ao longo do tempo.
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como,
por exemplo, o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa
pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram
a ser utilizadas em sua forma destilada. Nessa época, esse tipo de bebida pas-
sou a ser considerado um remédio para todas as doenças, pois “dissipavam as preocupações
mais rapidamente que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio
mais eficiente da dor”, surgindo, então, a palavra uísque (do gálico usquebaugh, que significa “água da vida”).
A partir da Revolução Industrial, registrou-se grande aumento na oferta desse
tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, conseqüentemente, gerando
aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema
decorrente do uso excessivo de álcool.
Aspectos gerais
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é
considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando
mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial
para desenvolver dependência.
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido
e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelos quais ele é encarado
de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.
Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando
excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Dessa forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.
Efeitos agudos
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.
Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos
estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar).
Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de
coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado,
o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais.
Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá
os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com outra que não
está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado à estrutura física: a
pessoa com estrutura física de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool.
O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, têm maior probabilidade de sentir esses efeitos.
Álcool e trânsito
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação
motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos ou operar
outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes é provocada
por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Nesse sentido, segundo a legislação
brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em janeiro de
1998), deverá ser penalizado todo motorista que apresentar mais de 0,6g de álcool
por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração
no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja
ou três copos de chope), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados
(duas doses).
Alcoolismo
Como já citado neste texto, a pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma
excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência, condição conhecida
como alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados,
envolvendo aspectos de origem biológica, psicológica e sociocultural. A dependência do álcool é condição freqüente, atingindo cerca de 10% da população adulta brasileira.
A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta,
tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns sinais da dependência do álcool são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; aumento da importância do álcool na vida da pessoa; percepção do “grande desejo” de beber e da falta de controle
em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas
desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e aumento da ingestão
de álcool para aliviar essa síndrome.
A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou
parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas, após um período de consumo crônico.
A síndrome tem início 6 a 8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo
caracterizada por tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrintestinais,
distúrbios do sono e estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência grave ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas anteriormente referidos,se caracteriza por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e no espaço.
Efeitos sobre outras partes do corpo
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais
freqüentes são as relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose).
Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome
de má absorção e pancreatite) e do sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos). Há, ainda, casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.
Durante a gravidez
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer conseqüências
para o recém-nascido, e, quanto maior o consumo, maior o risco de prejudicar o
feto. Dessa forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo de bebidas
alcoólicas, não só ao longo da gestação, como também durante todo o período de
amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso
excessivo dessa droga durante a gravidez, é afetado pela “síndrome fetal pelo
álcool”. Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem
pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência).
As crianças gravemente afetadas, e que conseguem sobreviver aos primeiros
momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam
de intensidade de acordo com a gravidade do caso.
Fonte : CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, que funciona no Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).
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