3 de dez. de 2011

A cura: um processo interior

Médico ou paciente: quem decide?



Estudos americanos importantes mostraram
que o fator mais importante para o tempo de sobrevida do doente
não é o tipo de tratamento utilizado, mas sim,
saber QUEM havia tomado as decisões terapêuticas!

Se os médicos tivessem decidido tudo para o paciente e se este tivesse se contentado em obedecer ao corpo médico, os resultados de cura e de sobrevida teriam sido bem piores que se o doente tivesse tomado as rédeas de seu processo terapêutico e escolhido, ele mesmo, o que queria fazer. Esses estudos mostraram que os pacientes rebeldes — aqueles que recusam qualquer tratamento — fogem do hospital pela janela, saem do consultório batendo a porta. Esses pacientes indisciplinados, contestadores, refratários aos procedimentos terapêuticos que querem lhes impor, têm sobrevida muito mais longa do que os doentes obedientes, que seguem ao pé da letra o tratamento que foi prescrito.

Isso nos leva ao ponto-chave de um drama importante. No século XX adquiriu-se o hábito de avaliar a eficácia dos tratamentos médicos em função de pesquisas padronizadas, nas quais se submete um lote de doentes que receberam o mesmo diagnóstico, os mesmos tratamentos, comparando esse lote a um outro, que compreende doentes que recebem um placebo, ou seja, uma substância inativa. Chama-se a isso de método "duplo cego", já que nem os médicos, nem os pacientes sabem se o produto utilizado é ativo ou não. Esse método é considerado científico, privado de qualquer fator de erro, uma vez que elimina o fator humano.

Uma cobaia dócil
Realmente, ele é um monumento impressionante que mostrará ostensivamente às gerações futuras a que aberrações a medicina racionalista de nosso tempo pôde conduzir, a que desumanidade terrível ela pôde chegar. Nesse sistema, o doente não é mais um indivíduo composto de um corpo, um coração, uma cabeça e uma alma — um indivíduo único com suas particularidades específicas. Não, ele é apenas um número tirado de uma pesquisa totalmente desprovida de calor humano e daquilo que deveria ser, em terapêutica, o fator mais importante: o entusiasmo do doente e de seu médico em uma aventura comum rumo à cura. Nos programas racionalizados dessas pesquisas científicas, o doente não passa de uma cobaia para a ciência, e não se levam em conta sua vida pessoal, suas emo&cce dil;ões, suas crenças e suas esperanças. Nessas pesquisas, só conta o resultado sobre a doença.

Observa-se, por exemplo, se o tumor regride, sem qualquer preocupação com a qualidade de vida do paciente. E vê-se assim, um número alucinante de doentes arrastarem-se durante meses, esgotados e sofrendo de mil males, mas persuadidos pelo corpo médico de que o único tratamento válido para eles é essa quimioterapia que os corroem por dentro e os faz sofrer muito mais do que o tumor que justificou o tratamento. Os doentes ignoram que existem terapias eficazes e não-tóxicas, pois essas são excluídas de todos os centros oficiais, sob o pretexto de que não são científicas. Elas são ridicularizadas aos olhos do público pelos jornalistas pagos pela indústria farmacêutica para falar apenas dos produtos testados em pesquisas duplo cego. Milhões de doentes são assim sacrificados no altar de uma medicina puramente materialista, que só acredita nos tratamentos químicos, pretensamente científicos, uma vez que provêm de estudos efetuados em grandes grupos, sem levar em conta o fator individual.

Nem os doentes, submetidos a uma vida infernal em virtude dos efeitos colaterais tóxicos da quimioterapia que recebem, nem os médicos que os colocaram em verdadeiros "campos de concentração" da medicina — e foram convencidos pela toda-poderosa indústria farmacêutica de que apenas a química pode curar — levam em consideração as pesquisas de que falamos, essas pesquisas que dão novamente o poder de cura ao doente, mostrando que é ele, e apenas ele, o artesão de sua cura e que a questão importante não é: "qual é o tratamento mais eficaz?", mas sim "quem decide?".

Basta que o médico que dirige um teste terapêutico seja dinâmico e saiba transmitir sua fé na vida aos seus pacientes, para que esses últimos, quaisquer que sejam os medicamentos utilizados, se sintam melhor e mobilizem suas forças de cura. Inversamente, o mesmo medicamento dado por um médico — que não usa o coração e trabalha em um hospital carente de calor humano — não dará nenhum resultado positivo.

Como pudemos esquecer estas verdades que o bom senso impõe, mas que o templo médico-farmacêutico conseguiu afastar, para nos fazer acreditar que a cura era fruto de nossa docilidade frente a seus sacerdotes e a seus dogmas?

Se eu creio ser vítima da doença — por "pura fatalidade" — acredito que apenas uma intervenção externa, um medicamento ou uma operação médica poderão me curar. Se eu compreendo que foi meu modo de vida desequilibrado que levou à intoxicação de meu organismo e que este utiliza a doença para se despoluir, então percebo que a cura é fruto desse trabalho de auto-cura efetuado pelo meu organismo com sabedoria e eficácia.

Uma nova religião
A indústria médico-farmacêutica conseguiu, em menos de um século, retomar a tocha que a Igreja brandia. Servindo-se do mesmo medo da morte que deu origem ao mercado das indulgências, ela ofereceu — para acalmar os temores dos ocidentais materialistas — seu arsenal de pílulas e de tratamentos científicos em aventais brancos. A ciência racionalista tornou-se a nova Igreja provedora de esperança, trocando pelo dinheiro do povo as promessas de milagres que seus tratamentos poderiam fazer. Foram feitos investimentos gigantescos nas igrejas-laboratórios e nas igrejas-hospitais, a fim de que, por meio de suas missas químicas e cirúrgicas, pudessem afastar de nossas vidas o sofrimento e a morte.

Hoje, a igreja médico-farmacêutica é toda-poderosa. Ela reina sobre o mundo econômico e político. Com uma mão, ela aterroriza as massas com as doenças que ela aponta com o dedo (vejam o fantástico balé que ela organizou com a AIDS, que é apenas um novo nome para doenças que antes existiam sob nomes diferentes), com outra, ela promete a vitória em breve, graças à pesquisa, da qual nascerá o medicamento ou a vacina milagrosa que resolverão o problema, sem que nenhum doente tenha necessidade de mudar seus hábitos de vida.
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Fonte:O Dr. Cristian Tal Schaller

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